Publicado em 23/07/2012 às 09h30:
Texto: Fonte-Portal R7
SUS fornecerá medicamento contra
câncer de mama.
O câncer de mama é o segundo mais
comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres
O Ministério da Saúde vai
incorporar o medicamento Trastuzumabe (Herceptin), uma das principais armas no
combate ao câncer de mama, na lista de remédios distribuídos gratuitamente pelo
SUS. A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União.
O câncer de mama é o segundo mais
comum no mundo e omais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e
25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber
essa medicação — que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2
positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.
O Trastuzumabe é considerado uma
das drogas mais avançadas na terapia contra o câncer de mama, porque é um
anticorpo monoclonal que promove uma "terapia-alvo", já que ele tem a
capacidade de atingir exclusivamente as células doentes, preservando as sadias.
O medicamento é fabricado pela Roche. O mastologista Waldemir Rezende avisa:
— Esse é um grande avanço para as
mulheres que dependem do SUS. É uma medicação essencial para as pacientes que
são positivo para o HER-2 porque ela consegue controlar o avanço da doença e
evitar metástases.
A droga será oferecida no SUS por
decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), criada
dentro do ministério por força de lei. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, a comissão analisou o custo-efetividade da droga por mais de um ano,
colocou o assunto em consultas públicas e não levou em consideração a pressão
das demandas judiciais.
A droga é administrada na veia e
é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto custo — cada frasco custa,
em média, R$ 7 mil —, estava restrito a mulheres que conseguiam o direito de
recebê-lo do governo por meio de ações judiciais.
O Trastuzumabe é o sétimo
medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011
gastou R$ 266 milhões na compra de remédios determinados por decisões judiciais
— sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe.
Neste ano, o governo federal já
recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6
milhões. Só uma compra para atender uma ação civil pública movida pelo Estado
de Santa Catarina, por exemplo, consumiu R$ 9,8 milhões dos cofres públicos.
Segundo o ministro, a
incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja
compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima
gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de
uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço
pode ser reduzido em até 50%. A partir da publicação no Diário Oficial, a
oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias. As informações são do jornal O
Estado de S.Paulo.
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